Relatório da Anvisa indica
resíduo de agrotóxico acima do permitido.
Os resultados do Programa
de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) mostram que ainda é
preciso investir na formação dos produtores rurais e no acompanhamento do uso
de agrotóxicos. O programa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
avalia continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos que
chegam à mesa do consumidor.
O resultado do
monitoramento do último PARA (2011/2012) mostra que 36% das amostras de 2011 e
29% das amostras de 2012 apresentaram resultados insatisfatórios. Existem dois
tipos de irregularidades, uma quando a amostra contém agrotóxico acima do
Limite Máximo de Resíduo (LMR) permitido e outra quando a amostra apresenta
resíduos de agrotóxicos não autorizados para o alimento pesquisado. Das amostras
insatisfatórias, cerca de 30% se referem à agrotóxicos que estão sendo
reavaliados pela Anvisa.
Segundo do diretor
presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, “a Anvisa tem se esforçado para eliminar
ou diminuir os riscos no consumo de alimentos, isto se aplica também aos
vegetais. Por esta razão a agência monitora os índices de agrotóxicos presentes
nas culturas. Nós precisamos ampliar a capacidade do SNVS de monitorar o risco
tanto para o consumidor como para o produtor para preservar a saúde da população.”
O atual relatório traz o
resultado de 3.293 amostras de treze alimentos monitorados, incluindo arroz,
feijão, morango, pimentão, tomate, dentre outros. A escolha dos alimentos
baseou-se nos dados de consumo obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), na disponibilidade destes alimentos nos supermercados das
diferentes unidades da federação e no perfil de uso de agrotóxicos nestes
alimentos.
O aspecto positivo do PARA
é que vem aumentada a capacidade dos órgãos locais em identificar a origem do
alimento e permitir que medidas corretivas sejam adotadas. Em 2012, 36% das
amostras puderam ser rastreadas até o produtor e 50% até o distribuidor do
alimento.
Um dado que chama a
atenção é a presença de pelo menos dois agrotóxicos que nunca foram registrados
no Brasil: o azaconazol e o tebufempirade. Isto sugere que os produtos podem
ter entrado no Brasil por contrabando.
O programa
A Anvisa coordena o PARA
em conjunto com as vigilâncias sanitárias dos estados e municípios
participantes, que realizam os procedimentos de coleta dos alimentos nos
supermercados e de envio aos laboratórios para análise. Assim, é possível
verificar se os produtos comercializados estão de acordo com o estabelecido
pela Agência.
Este trabalho realizado
pela Anvisa é de extrema importância porque os brasileiros estão acrescentando
mais alimentos saudáveis à sua rotina alimentar. Em busca de uma melhor
qualidade de vida e da prevenção de doenças, os consumidores estão mais
conscientes da importância de uma alimentação mais equilibrada, com qualidade e
segurança, e que traga benefícios para a saúde. Frutas, verduras, legumes e
hortaliças contêm vitaminas, fibras e outros nutrientes e devem ser ingeridos
com frequência, pois auxiliam nas defesas naturais do corpo. Porém, é
importante que se conheça a procedência desses alimentos.
Diversos agrotóxicos
aplicados nos alimentos agrícolas e no solo têm a capacidade de penetrar no
interior de folhas e polpas, de modo que os procedimentos de lavagem dos
alimentos em água corrente e a retirada de cascas e folhas externas dos mesmos
contribuem para a redução dos resíduos de agrotóxicos, ainda que sejam
incapazes de eliminar aqueles contidos em suas partes internas.
Soluções de hipoclorito de
sódio (água sanitária ou solução de Milton) devem ser usadas para a
higienização dos alimentos na proporção de uma colher de sopa para um litro de
água, com o objetivo apenas de matar agentes microbiológicos que possam estar
presentes nos alimentos, e não de remover ou eliminar os resíduos de
agrotóxicos.
Confira o relatório
completo
Confira os dados
segalinut.com
FONTE: ANVISA
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